TAILÂNDIA - PARTE TERCEIRA
(Continuação)
No sábado levantei-me às seis da manhã. Levantar é a palavra correcta, pois qual dormir, qual carapuça. Nem um bocejozito... E pensar que tinha afastado os efeitos do jet-lag: precipitação, sei-o agora. Por aqui a jornada começa cedo, posto o calor. É dia de ir a Amphawa... ou Ayuttaya, depende, pois não fui confirmar o horário das camionetas ou sequer se existem. Como tinha lido que estacionavam várias junto ao Victory Monument, pedi um táxi para lá, algo que não planeara, mas que a indisposição pela falta do sono reparador justificava. Mirei o aspecto do motorista... decidi accionar o melhor do espírito latino:
– Quer-me levar até ao destino? Se sim, quanto me cobra por nos deslocarmos ao Tha Kha floating market e ao Mae Klong train market?
A questão assim posta parece óbvia: se acertamos condições, vou; se não, regressamos à primeira forma e terminal das camionetas com ele. Pois... contudo era muito mais complicado: em primeiro lugar, porque o motorista não falava nem entendia inglês, yes... no, e é um pau, e isso debaixo da dúvida se percebeu alguma coisa para que tenha coerência a resposta. Até porque se riem, riem e... nada. A segunda questão vinha do facto de, ao contrário do lugar por onde passa o comboio, o homem não fazer a mínima ideia onde ficaria o mercado flutuante. Nem ele, nem ninguém, pelo menos em Bangkok. O turismo tailandês começou a observar aquele tipo de mercados na própria cidade, em Chatuchak. Fartos do efeito óbvio, isto é, de transformar o que antes era popular, em mero lugar “para inglês ver” e vender falsificações, os operadores passaram a propor a visita ao Damnoen Saduak, perto do Mae Klong, o que rapidamente provocou ali o caos devido à procura. Da minha pesquisa através da net, dera pela existência dum pequeno mercado incólume ao turista: Tha Kha. Tudo o que soubera para além disso, era que ficava a cerca de 10 quilómetros de Amphawa.
Avance-se então para o custo da viagem, enquanto há ainda tempo para decidir se vamos ou não de táxi.
– Mil e quinhentos bath – atirou o já então meu adversário.
O homem estava interessado, via-se. Fiz contas. Atirei com a contra-proposta:
– Mil!
– ... e duzentos – retorquiu.
A Tânia picava-me para aceitar:
– É bom preço, pois não é?
Era... mas a disputa excitava-me:
– Mil... ou deixas-me na Victory Monument! – declarei decidido.
Ria o Mr. AE Buenwichian, de seu nome. Nervoso, sentia o pássaro a fugir-lhe da mão. Atiro-lhe com o ás da mesa:
– E no dia a seguir levas-me a Ayuttaya!
Era areia a mais para a camioneta do homem.
Que sim, claro.
Resolver a questão do Tha Kha revelou-se uma verdadeira aventura. Contacta a central: nada. Pergunta aqui, questiona ali, interroga mais além; para cima, para baixo, passamos pelo mesmo local várias vezes. Até que aparece a ditosa placa: “Tha Kha floating market”. É ir, devagar. Sucedem-se as indicações, até que, numa bifurcação, o tailandês vira para o sítio errado, e com o desaparecimento dos sinais se começou também a esfumar a nossa esperança de chegar ao destino escolhido.
– Já passámos por aqui. Valha-me Nossa Senhora! – dizia a Tânia. Por ali e por muitos outros sítios, pensei, dada a semelhança existente entre as estreitas estradas e as curvas que se sucediam.
Uma eternidade mais tarde voltámos ao trilho. Aleluia. De novo no caminho onde primeiro víramos a placa. Já sorríamos todos, até que... a estrada estava bloqueada: sim, a p... da estrada estava cortada para obras... e, imagine-se, nada nos dizia... nem por onde seguir, nem qualquer outra forma de contornar o problema. Voltávamos para trás, regressávamos à estaca zero. Para não alargar mais este relato, diga-se que amontoámos angústias até vermos um enorme aviso à entrada para um pequeno parque de estacionamento:
“Thakha – sim, tudo pegado, pelo menos para quem ali o escreveu – Floating Market”.
Espectacular é a palavra certa para o que os nossos olhos viam. Cerca de duas dezenas de pequenas embarcações pairavam sobre o estreito braço do rio, junto a um local com a estrutura adequada para receber os respectivos compradores. Vende-se sobretudo produtos alimentares, mas também uma quantidade, ainda que envergonhada, de artesanato. O reino pertence às frutas, legumes e hortaliças, expostos no barco onde, à popa, se senta a proprietária, na maior parte dos casos, idosa, todavia experimentada em manobras de navegação. Quando o rebordo do cais o permite e o produto está colocado à proa, é o próprio cliente quem se serve; quando a embarcação se encontra “estacionada em segunda faixa”, recorrem à solidariedade umas das outras para “darem uma mãozinha”. Duas pequenas construções em madeira, por cima do rio, permitem a passagem dos compradores para um e outro lado, e a este abençoado turista bater fotos de privilégio. Ri-se o motorista com a descoberta, um verdadeiro achado, a atestar pela desenvoltura com que comprou fruta variada. Quanto a mim, sujeito às vicissitudes da vida de viageiro, adquiri bananas, pequeninas, as melhores que alguma vez provei em toda a vida: 40 bath, um euro por dois quilos.
A uma das pontas do mercado, oferecem-se quarenta e cinco minutos de passeio por 200 bath. O local é lindo, o bucolismo casa na perfeição com os campos de coqueiros. Aqui e ali somos convidados a baixarmo-nos, pois um tubo de condução de água cruza o canal ao nível das nossas cabeças. Como em outras ocasiões, o marinheiro de água doce não fala inglês. Descubro que nem sempre é um inconveniente. Faz deter o barco junto a uma casa onde se coa cana-de-açúcar. A operadora, uma velha, olha-nos com algum desdém, quando vê que o conterrâneo não enceta connosco conversa que conduza à venda dos boiões de açúcar que ali se disponibilizam para venda. Vira as costas quando a fotografo a trabalhar. Ao lado, no alto dum coqueiro, um jovem corta o fruto e substitui-o por uma lata que vai recolher a seiva que pelo corte escorregará. Tem as pernas consumidas pelo esforço de aceder à inacreditável “escada” em que manobra: uma enorme cana de bambu à qual foram deixadas pequenas saliências a servirem de degraus. Engenhoso.
É tempo de partirmos para Mae Klong. O local é conhecido pela bizarria de um troço do mercado se situar em cima da linha do comboio que pela localidade passa – li algures – quatro vezes por dia. Os turistas são para ali encaminhados por volta das nove e quarenta e cinco da manhã, horário estratégico definido pelos operadores para o pós-Damnoen. Quando o comboio se aproxima a azáfama instala-se, os vendedores recolhem as tendas, a estrutura do “cavalo de ferro” sobrevoa os cabazes expositores da mercadoria a poucos centímetros de altura. Os turistas adoram: tiram milhares de fotografias; gravam filmes que colocam na internet. O comboio passa, passa sempre, lentamente, mesmo para quem, estupefacto, não acredita no que está a ver. Depois daqueles breves minutos, os visitantes ocasionais correm para os respectivos autocarros. São horas de regressar a Bangkok. Ficam os locais a cirandar na sua labuta diária.
Olhemos agora para a realidade sem o espírito do romantismo descrito. Quando ao que suponho seja uma vila cheguei, há muito que nem comboio nem turistas por ali andavam. Percorri calmamente cima abaixo a tão elogiada linha. A ocupação dá-se em cerca de cinquenta metros. Apesar da estreita passagem, não me pareceu que fosse preciso acotovelar-mo-nos uns aos outros para circularmos. Há que ter em conta a panóplia de coberturas e respectivos suportes metálicos que protegem pessoas e produtos do sol, e que, de tão baixos estarem, provocam cabeçada atrás de cabeçada, hematoma atrás de hematoma a quem a eles não está acostumado. Os produtos voltam a ser do tipo vegetal, mas também animal: vende-se, sem qualquer protecção, carne e peixe, neste último caso com desconto pelos milhares de moscas que nem um atarefado vendedor de vassoura na mão consegue fazer afastarem-se de lulas, douradas ou marisco. O cheiro é pestilento, a imundície inconcebível, a venda impraticável em qualquer país da Europa civilizada. Salva-se a fruta, vendida a preços convidativos e de qualidade garantida. Vamos embora, Bangkok espera-nos. Se os dias começam ao despontar da manhã, acabam forçosamente com a entrada da tarde. Isto para quem usa de racionalismo e não transforma as viagens numa qualquer cura de sono ou, mais prosaicamente, não faz das noites dia e dos dias noites.
Ainda o domingo se espreguiçava e nem os olhos abrira, já corria para o computador. Ansiedade e esperança misturavam-se enquanto o aparelho arrastava o pedido da password: é que em causa estava tão-só o campeonato nacional de futebol, cuja jornada mais decisiva terminara acerca de quinze minutos. “Ganhámos!”, gritei para dentro, pois ainda não haviam batido as seis da manhã, hora primeira, como se chamou até há bem pouco tempo em Portugal. Bebi os títulos na net e, en passant, levei com um “raios te partam, homem!, de quem queria dormir e sentira repentina luz no quarto. Passemos à frente, porque o comentário era injusto, dado termos mesmo de nos levantar, pois a hora de partida estava combinada para as sete.
É dia de rolar até Ayuttaya. São oitenta quilómetros feitos em estrada razoável, ladeada por prédios destinados à classe média, à mistura com casas mais ou menos degradadas. À chegada à antiga capital do Sião, compreendemos que o Mr. AE nunca ali tinha estado. Não fazia ideia nenhuma do conceito de cidade antiga, e só a custo o convencemos a seguir para o centro histórico. Ponderara visitar quatro templos sem uma verdadeira noção do que iria encontrar ou do tempo que necessitaria, embora estivesse condicionado pela premissa de termos de voltar a Bangkok às 11H00. Tarefa algo ingrata, diga-se, até porque estava sem dinheiro tailandês e admitia a sua necessidade para pagar entradas. Como resolver a questão? O motorista ajudou, prontificando-se a ir à parte nova da cidade efectuar o câmbio. Dei-lhe cem euros, mandei-o trocar o dinheiro e fui à minha vida.
– Ai, meu Deus, então tu foste dar-lhe dinheiro? E se o homem nos foge? – angustiava-se a Tânia.
Decidi acalmá-la:
– Estás tola! Um budista não faria tal coisa – admiti sem estar perfeitamente convencido do que dizia.
– Mas é que , até agora, só demos com oportunistas – insistia a mulher.
Que dizer? Há coisas em que o melhor é sermos como São Tomé: ver para crer!
Os templos não são iguais a nada do que víramos: na verdade não passam de ruínas ao lado uns dos outros, à excepção do Wat Mongkol Borphit, construção recente, quase totalmente ocupado por uma estátua gigante do Buda em bronze. Um inestético andaime denuncia obras: como não compreender se a Sagrada Família, na ocidental Barcelona, está em reconstrução faz “séculos”. Por termos chegado ainda antes da “abertura”, pudemos entrar sem oposição na zona do Wat Phra Ram, nome que também baptiza o parque, onde, afinal, se localizam quase todos os outros templos. Um prang central recorda-lhe a construção; uns corpos – sem cabeça, obviamente – vestidos com uma tarja budista apelam à doação de esmolas num cálice ao lado. Prosseguimos para norte em direcção ao Wat Phra Sri Sanphet, templo real, erigido em 1448, no antigo palácio do rei. É-nos exigido o pagamento de 50 bath por foreigner, algo de que se isentam os locais. Fizéssemos isto em Portugal, e logo teríamos os puritanos do liberalismo a clamar contra os interesses do nosso turismo. Não acreditam? É só recordar a “tragédia” nacional por se ter imposto uma taxa de um euro aos nossos visitantes. Não estão satisfeitos com a explicação? Querem mais? Então pensem no topete que é preciso para a nossa direita política defender a aplicação do escalão menor do IVA a quem pratica esta actividade – recuso-me a tratá-lo por desporto – tão nobre e de interesse nacional como é o golfe.
Regressemos à nossa história. À entrada do Sri Sanphet, uma fila de três chedis deslumbra e faz recordar tempos gloriosos. Menos interessantes parecem ser as supostas “reconstruções” modernistas feitas de cimento, material que tratava a alta idade média num tu cá-tu lá, como é sabido.
– Onde raio fica a árvore com a cabeça do Buda, que a não vejo? – perguntou a Tânia, depois de escrutinar cantinho por cantinho a área do monumento.
Gaita!, é que fica noutro lado, no Wat Maha That.
– E onde fica esse? – perguntei à tailandesa que, à minha aparição no guichet das entradas, logo interrompeu as indicações que prestava a conterrâneos: “Estes não pagam”, deve ter pensado, num arremedo de sentido de economia de estado.
– Tem carro ou bicicleta? – contrapôs.
– I Walk! – respondi, para grande espanto da minha interlocutora.
– Mas a distância é superior a um quilómetro – concluiu com visível dó de mim.
– Deixemos as lamentações e explica-me lá onde fica mesmo esse tal Maha That – pedi.
Ficava de novo para sul, à entrada da cidade que os birmaneses saquearam e destruíram no século XVIII (defendida, no possível, por portugueses, como vimos transcrito na placa acima referida).
Saímos. Na nossa cabeça começaram a adensarem-se as dúvidas: onde raio estava o motorista, que o não víamos, conforme acordado? Camisa azul... camisa azul... Qual camisa azul, qual diabo... nada. De repente ouvimos um grito de alguém que corria na nossa direcção:
– “Dardô... Dardô”...
Era ele... mudara de camisa, que agora era castanha: “Estava com calor”, justificou-se.
Explicámos ao motorista onde pretendíamos ir, e o tailandês prontificou-se a acompanhar-nos. Pois que viesse, disse-lhe. Contudo, asiático que se preza, faz selfies a torto e a direito. Quando demos por ele estava encostado a uma árvore, não como qualquer ocidental, que, em idêntica circunstância, estaria de “pirilau” na mão resolvendo um qualquer aperto biológico, antes babando-se para um gadjet, como que a perguntar: “Espelho meu, espelho meu, há alguém mais belo do que eu?” E tanto se demorou, e tanto de deslumbrou, que, quando nos voltámos, nem motorista, nem gadjet, nem apêndice ao léu.
Certamente nos esperaria à porta do Wat Maha That, achámos.
Seguimos em frente. Alguns minutos mais tarde andávamos à procura da tão bizarra escultura que ali nos levava. O templo é também conhecido pelo enorme prang que, dizem, teria o dobro da altura visível no presente, contudo, o que atrai os visitantes é mesmo a cabeça do Buda, situada no canto à direita de quem entra no recinto. Voltemos atrás para contar o estranho episódio passado à entrada do monumento, isto é, de mais umas quantas ruínas em tudo igual às anteriores. Passou-se que tínhamos um bilhete, comprado no Sri Sanphet, como atrás referi, cuja extensão remetia explicitamente para os “vários” monumentos do parque Phra Rang. “Que não”, disse a funcionária do Wat Maha That: “ Esse bilhete não serve!”. Pronto!, faça-se tábua rasa das regras – coisa comum na Tailândia – e depois de múltiplas explicações que ninguém entende, sentencia:
-- Ou compras um novo bilhete ou não entras!” Magister dixit.
Como a discussão para além da reclamação não nos leva a nada, dizemos-lhe que sim, viesse lá esse novo bilhete... e, surpresa! Afinal não havia nova entrada: pôs um carimbo no anterior ingresso a dizer qualquer coisa imperceptível para um ocidental, e dá cá mais cem bath. É assim, a Tailândia.
A estada em frente à cabeça do Buda foi atribulada. Os “chinocas” faziam poses e mais poses; aqui, individuais; ali, em grupo... E ai de quem se atrevesse a buscar um qualquer ângulo para também fotografar o “fenómeno arbóreo”: a meter-se com uma mulher, levava um empurrão; a fazê-lo com um homem, obtinha um sorriso sem outro tipo de resultado prático que não o de ter de aguardar que eles se cansassem das fotos e desandassem para outro local.
Acrescente-se agora uma explicação para o que justificado não está e tanto mistério adensa: não há cabeças a nascerem nas árvores, obviamente. A ser tal possível, em vez de votarmos em políticos tipo “picareta falante”, de fato e gravata, que dizem “estabelecemos acórdos”, “eles hadem ver” e “ sociedade encrispada”, encaminharíamos o nosso voto para plantas rugosas com as mãos – perdão, as ramagens – calejadas. Sempre era uma novidade. A teoria deste escriba é que alguém se terá lembrado de fazer um molde que previamente aplicou na árvore em jovem e, com tal, “forçou” o enchimento no respectivo caule ( aceitam-se outras explicações, claro).
Uma última vista de olhos e estava o templo visto, que mais não tem para mostrar.
– Onde raio está o motorista, que o não vislumbro? – pergunta a Tânia à saída.
– Deve estar por aí. Com certeza está por aí! – digo, a cavaleiro na vitória que obtivera quando do anterior desaparecimento do chauffeur.
Nem sinal do homem. Pensei... repensei... e decidi voltar à casa de partida, isto é, ao local onde lhe perdera o rasto: nada. Mais atrás, à primeira forma, ao Wat Phra Rang... E os quilómetros a pesar nos pés. Subitamente, ao longe, um pequeno vulto dá saltos: era ele, Mr. AE, a fazer-me sinal que ia buscar o carro, que me deixasse ficar por ali. Pudera!, a t-shirt já não absorvia mais suor. Viesse de lá uma abençoada sombra.
A paragem seguinte é no Bang Pa-In , palácio de Verão do rei. “Deve ser o único lugar limpo em toda a Tailândia”, afirma a Tânia. Bonitas construções em volta de um lago, cuja memória recorda a morte da rainha por àquele haver caído e não ter sido salva pelos remadores devido ao impedimento alguém de tocar na realeza. O local proporciona fantásticas fotografias.
De volta a Bangkok pedi ao motorista que nos deixasse na Chinatown, perto do restaurante Nam Sing, o qual prometia leitão assado a preço cómodo. O estabelecimento mais parecia uma taberna antiga, e se restos de vinho não estavam pela mesa, outros líquidos e molhos lhe tomavam o lugar. Apesar do cheiro pouco convidativo, sentámo-nos e pedimos a lista.
– O quê??? Mil e oitocentos bath para dois, por um pequeno leitão, cuja anatomia mais parece uma enorme ratazana – digo. – Mas isso são quase cinquenta euros – concluo surpreso.
– Que queres que te diga?! Estava na net, na categoria de restaurantes baratos – contesta a Tânia.
Decidi levantar-me e ir embora. Caminhei ao acaso em busca de restaurante menos imundo e mais acesssível.
A área onde se implanta a Chinatown consegue o que já então me parecia impossível: supera para pior tudo o que já vira na restante cidade. Não há palavras para descrever o que se vê e menos ainda o que se cheira. Por momentos senti-me transportado à idade Média, em um qualquer local onde a peste grassasse. Tomemos botas de sete léguas e fujamos em direcção ao pier, a tomar o barco para o hotel.
(Continua)